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Em 14 de Dezembro, a Presidente do Peru, Dina Baluarte, declarou um estado de emergência de 30 dias destinado a ajudar a lidar com protestos públicos que deixaram várias pessoas mortas nos últimos dias.
Estes protestos irromperam na sequência da detenção e retirada do poder do antecessor de Baluarte, Pedro Castillo, a 7 de Dezembro, quando este tentou dissolver o congresso e declarar um estado de excepção que lhe teria permitido modificar a constituição, na sua tentativa de resistir a um movimento para o impedir.
A remoção de Castillo pôs fim a 17 meses turbulentos no poder, durante os quais anunciou cinco gabinetes diferentes, enfrentou duas tentativas anteriores de impeachment, e tornou-se objecto de seis investigações criminais distintas.
É também a última reviravolta num período tumultuoso para o Peru, com Baluarte a tornar-se o sexto presidente que o país teve em cinco anos.
A agitação política e a situação de ordem pública que resultou na declaração do estado de emergência é de grande preocupação para as pessoas dentro e fora do Peru, e os pensamentos de todos na Serviap Global estão com as pessoas que perderam as suas vidas nos últimos dias.
Em termos políticos, estes acontecimentos demonstraram a capacidade do congresso do Peru para defender vigorosamente a constituição, e a vontade das forças de segurança do país para os ajudar.
Isto foi amplificado pelo facto de a Organização dos Estados Americanos ter apoiado publicamente a remoção de Castillo.
Mas o actual estado de incerteza e instabilidade económica deixará qualquer pessoa que viva ou faça negócios no Peru com dúvidas sobre o que isso significa tanto para os trabalhadores como para os investidores no país.
O que significa a situação política no Peru para os trabalhadores
- Embora a declaração do estado de emergência seja preocupante, o facto de o Presidente Baluarte ter prestado juramento rapidamente e ter proporcionado continuidade na governação é importante para minimizar a incerteza e instabilidade, especialmente entre os trabalhadores.
- Muitos dos trabalhadores mais afectados pela situação actual são os que trabalham no sector informal do país, o que, segundo algumas estimativas, representa mais de 65% da população economicamente activa, pelo que enfrentar este desafio será um desafio significativo para o governo nos próximos meses.
- Para as pessoas formalmente empregadas, muitas actividades económicas continuarão como habitualmente, apesar do estado de emergência. No entanto, é provável que se façam sentir perturbações no sul do país, onde os protestos têm sido particularmente intensos, bem como em sectores como a indústria hoteleira, dado que as reuniões públicas e as actividades nocturnas estarão sujeitas a restrições.
- Embora Baluarte tenha sugerido que as eleições se realizarão em Abril de 2024, uma exigência fundamental de muitos manifestantes é que seja convocada uma eleição no futuro imediato, o que significa que os trabalhadores poderão em breve ter de ir às urnas para eleger um novo presidente pela segunda vez em menos de dois anos.
O que a situação política no Peru significa para os investidores
- Embora a situação actual seja de grande preocupação para os investidores, a realidade é que é apenas o último desenvolvimento num período de convulsões políticas que se prolongou por vários anos.
- Uma das maiores preocupações em torno de Castillo era o quão radical ele era politicamente, e o que isso poderia significar para fazer negócios no país. Embora a sua remoção tenha causado perturbações nos negócios, poderia, em última análise, levar a um governo mais moderado que inspirasse maior confiança entre a comunidade empresarial.
- Apesar do tumulto político dos últimos anos, o Peru conseguiu manter uma medida de estabilidade económica, com o Banco Mundial a salientar a solidez contínua dos fundamentos macroeconómicos do país, incluindo uma dívida pública relativamente baixa, reservas externas consideráveis, e um banco central fiável e independente.
- A economia do Peru provou ser capaz de se recuperar das perturbações, tal como salientado pelo facto de ter conseguido um crescimento de dois dígitos em 2021 após os piores efeitos da pandemia COVID-19 no ano anterior.
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